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POLÍCIA - Guarda Municipal se pronuncia sobre a morte do jovem de 18 anos em Vila Velha

 


A mãe da vítima diz que o jovem não estava fazendo nada de errado, já a guarda afirmou o oposto. O caso aconteceu nesta última quarta-feira (29)


Após a morte do jovem Eduardo Pereira Martins, de 18 anos, no bairro Cobi de Cima, em Vila Velha, nesta quarta-feira (29). Três ônibus foram queimados e alguns moradores fizeram barricada com pneus e outros materiais, impedindo a circulação de veículos.


Na manhã desta quinta-feira (30), viaturas da Polícia Militar estavam na região, para garantir a segurança de moradores e de quem passava pelo local. Também nesta manhã, a Guarda Municipal de Vila Velha se pronunciou sobre o que aconteceu e em quais circunstâncias aconteceu a morte do jovem.
O caso começou quando uma viatura da Guarda Municipal estava fazendo patrulhamento de rotina no bairro. A Guarda afirmou que em um determinado momento, viu um indivíduo correndo da viatura.
"Uma guarnição da ROMU visualiza o indivíduo correndo, verifica, imagina então que essa suspensão é uma fuga, informa as características desse indivíduo, que estaria correndo para eles conseguirem localizá-lo, para todas as equipes que ali estão e começa a fazer uma varredura em busca, já no final dessa operação, desse indivíduo. Como é uma área com escada, eles fazem isso a pé e conseguem visualizar, localizar o indivíduo com essas características. A equipe que faz isso a pé, de forma sigilosa, vagarosa, com tranquilidade e segurança, eles fazem a visualização sem serem visualizados inicialmente, esse indivíduo estaria mexendo de cabeça baixa no celular dele", relatou o secretário de Defesa Social de Vila Velha, Geovanio Ribeiro.
A Guarda afirmou que o Eduardo estava armado, apontando a arma para o menino agachado. Ele, suspeito, teria visto os agentes se aproximarem, por isso apontou a arma na direção da Guarda, motivo pela qual a Guarda afirma ter atirado nele.
"Esse indivíduo visualizado, armado, aponta a arma para os agentes e faz menção de fazer esse disparo. Nesse momento, as equipes posicionadas realizam, eles estavam abrigados, os disparos. Esse indivíduo corre ainda apontando", contou o secretário.

Quatro agentes da ROMU estavam no momento do ato. Os quatro dispararam e pelo menos um acertou a cabeça do jovem.
"São quatro disparos inicialmente, três de carabina e um de pistola. Evidentemente, ele não tem a precisão exata, a cabeça foi atingida, sabemos disso porque, depois que ele tá caído ali, eles verificam. Só a perícia mesmo vai indicar o orifício de entrada de saída da bala, o perito que tem que realmente dar pra gente essa precisão", disse.
Segundo os agentes, o jovem caiu e foi rolando escada abaixo, ferido. A arma caiu em frente ao corpo dele. A Guarda afirmou que, neste momento, apareceu uma terceira pessoa na história, que pegou a arma.
"O ambiente onde eles tinham realizado os disparos tem um abordado, a equipe toda já estava saindo, houve necessidade primeiro de controlar o ambiente. Então, a guarda relata que não conseguiu alcançar esse terceiro, que teria levado a arma e justificou os disparos", explicou o secretário.
O rapaz que estava agachado mexendo no celular foi liberado pela Guarda, pois nada de ilícito foi encontrado com ele.
Mãe diz que rapaz não estava armado
A equipe de reportagem conversou com a mãe do jovem assassinado. Ela contou que o filho não estava armado, que nenhuma arma foi encontrada e que, naquela situação, ele não estava fazendo nada de errado.
"Meu filho tinha ido cortar o cabelo e, quando ele tava voltando, os agentes da Guarda Municipal mandaram ele parar, ele levantou a mão, o celular dele caiu, quando ele foi abaixar, ele tomou um tiro. Eles tiraram a vida do meu filho, meu filho não tava com arma, meu filho não tava com nada. Se ele estivesse fazendo alguma coisa de errado, prendesse e levasse preso, agora, tiraram a vida do meu filho sendo que ele não fez nada, simplesmente acatou o que eles falaram: 'Para', mas eles foram na crueldade e tiraram a vida do meu filho", disse a mãe da vítima.
Depois da morte do rapaz, três ônibus foram incendiados, imagens câmeras de segurança mostram os passageiros descendo, o coletivo estava lotado. Os dois veículos estavam um em cima da Segunda Ponte e outro no bairro São Torquato.
Na manhã desta quinta-feira, a circulação desses ônibus já havia sido normalizada. A mãe de Eduardo contou que ele já teve envolvimento com crimes quando era menor de idade mas, desde que o irmão mais novo nasceu, a vida do jovem mudou.
"Ele não trabalhava, ele era um menino tranquilo, querido. Eu sabia que ele tinha um mandado, mas eu não sabia do que se tratava", disse a mãe
Porém, a Guarda diz o contrário, que o rapaz tinha mandados em aberto por roubo e tráfico, e era ativo no tráfico de drogas no bairro.
A mãe do rapaz estava no Departamento Médico Legal para a liberação do corpo, estava muito abalada e contou que o jovem é pai de um bebê de 5 meses.
"Tem uma filhinha de cinco meses, eu vou cuidar, a minha nora e o meu netinho, filho da irmã dele, eu vou cuidar deles com todo carinho, da mesma forma que eu cuidei dele", disse
A Guarda afirmou que vai manter o patrulhamento na região e que não vão permitir nenhum ato violento com os agentes.
Sobre o fato ocorrido, a Polícia Civil informou que o caso segue sob investigação e não há outras informações que possam ser divulgadas.
A PC destacou que a população tem um papel importante nas investigações e pode contribuir com informações de forma anônima através do Disque-Denúncia 181.
Fonte : reprodução Folha Vitória